Nelore Akasaí (BA)

Linhagem baiana (Akasamu, Padhu e Suvarna)

Nelore Akasaí (BA)

A jornada de Clóvis Araújo Nunes começou com a aquisição da Fazenda Palmas, em 1993, para operação de engorda exclusivamente a pasto. Aos seus olhos essa era a opção, pois exigia menos sua presença, conciliando executivo e fazendeiro com bons frutos. Embora sem qualquer afinidade com sua condição profissional, a afeição pelo campo estava no seu DNA. E não houve jeito.

No final dos anos 90 observou que o custo de reposição subia muito na Bahia. O garrote empatava com o boi gordo no valor da arroba. Então, como já que deixara sua antiga carreira, em 2001 resolveu criar vacas. Foi quando passou a ver a atividade de forma diferente, sob todos os aspectos. “A cria, embora a fase mais trabalhosa, é de longe a mais nobre. Um exercício constante de aprendizado e aprimoramento que só aumenta a paixão pelo trabalho”, enfatiza.

E de saída foi muito bem. Cercou-se de boa assessoria e adotou a melhor tecnologia disponível, tais como IATF, estação de monta definida, processo seletivo de fêmeas e maior controle dos animais, identificando e quantificando. Já em 2005 submeteu suas fêmeas à avaliação da ABCZ, resultando em registro fundação de 34 vacas.

O “Nelore Baiano”

“Interessante é que passei a conviver com criadores do dito ‘Nelore puro’ e contatando diversos modelos de criação. Foi quando tive a oportunidade de conhecer Joãozito Andrade, do Nelore Trindade e da Fazenda Várzea dos Gatos,em Sítio dos Quintos (BA). Era dezembro de 2008 e a seca assolava a região já de longo tempo, em cenário desolador”, lembra.

“Seu Joãozito”, como era chamado, diante de tamanha dificuldade discorria sobre sua história e trabalho com a naturalidade de quem tinha o controle total da situação. Nunes viu um Nelore com padrão diferente: dócil, rústico, leiteiro e “lerdo” (se assim pode dizer), capaz de sobreviver naquela hostilidade, produzindo muito bem. “Joãozito mesmo dizia: é o verdadeiro Ongole indiano trabalhando com afinco na caatinga do Nordeste. Nascia ali o Nelore Akasaí – nome dado em homenagem ao touro “Akazaí da Trindade”, definido pelo“mestre” como o seu melhor filho do Akasamu. Adqui-riu então algumas fêmeas Trindade de alta concentração de sangue do padreador e de Padhu. O foco estava no gado baiano, investindo exclusivamente nos genearcas indianos.

Em 2011 introduziu ainda produtos de outro amigo, João Roberto Garcez (Nelore JRG), com forte genética de Suvarna. Com os primeiros e excelentes resultados, Nunes concluiu que seu laboratório do “Nelore baiano” tornara-se realidade e, acima de tudo, uma importante opção de refrescamento de sangue para o rebanho nacional. Paralelamente, formava-se o “Grupo Nelore Baiano”, cujos integrantes, inclusive de fora da Bahia, fecham em Akasamu, Padhu, Suvarna e Om.

E essa genética, agora não só da Bahia como de todo o Brasil, passou a trabalhar em bloco com o intuito de “preservar sempre melhorando”. Contudo, outra grande virada aconteceu em 2016, exatamente quando esses neloristas estiveram na Exposição de Vitória da Conquista e foram apresentados ao Programa de Melhoramento Genético Geneplus, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS).

Na oportunidade conheceram também Liliane Suguisawa, da DGT Brasil, autoridade em ultrassonografia de carcaças bovinas. “Aí decidimos participar do programa e também utilizar a ferramenta em todo o nosso rebanho. Queríamos saber exatamente o que tinha por dentro daquele gado lá no quintal de casa”, explica Nunes. E a surpresa não podia ter sido melhor. Todos os rebanhos dessa genética baiana, dentro e fora do estado, apresentavam boas características de carcaça, principalmente marmoreio (média de 3,5%) e gordura subcutânea. “Foi nova injeção de entusiasmo. Isso nos motivou a integrar a Confraria da Carcaça Nelore".

A operação da Akasaí

A Fazenda Palmas é o coração e realiza a operação de cria. Fica no município de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. São 200 matrizes POs e 150 comerciais, além de 80 novilhas POs que se preparam para entrar em reprodução.

Outra fazenda é a Santa Inês, com 190ha, sendo 100ha de pasto (massai e urochloa), em São Gonçalo dos Campos (BA). A área serve de hospedagem aos touros e garrotes em recria – futuros reprodutores para venda.

Já em Tucano (BA), fica a Fazenda Marizá, casa de recria das novilhas apartadas da produção de bezerras da Palmas (por volta de 130 delas). Todas que chegam passam por ultrassonografia.

Clovis Araujo Nunes
(71) 9 9135-8292
clovis.an@terra.com.br
Santo Amaro (BA)
São Gonçalo dos Campos (BA)
Tucano (BA)
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